Nota

Agência Pública sob ataque por revelar incitação ao ódio no Telegram

por | out 27, 2022

Reportagem publicada pelo veículo revelou mensagens de ódio postadas em um grupo do Telegram por Jackson Villar da Silva, organizador de uma das motociatas de Jair Bolsonaro

A Agência Pública, associada à Ajor, e seu diretor e editor Thiago Domenici estão sendo alvo de ataques e ameaças de agressão por causa da reportagem “Matar e quebrar urnas”: evangélico líder de motociata incentiva crimes no Telegram”, publicada na manhã desta quinta-feira (27).

O texto de Domenici revela mensagens postadas em um grupo do Telegram por Jackson Villar da Silva, organizador de uma das motociatas de Jair Bolsonaro em São Paulo em junho do ano passado. Nas postagens, Silva propõe uma espécie de “eleição paralela”, coloca em xeque a integridade do sistema eleitoral brasileiro e incita ódio e agressão.

Após a publicação da reportagem, Silva postou ameaças ao profissional e à Pública no próprio Telegram. Também foi identificado, no mesmo canal, um possível ataque orquestrado pelos integrantes do grupo para retirar do ar os perfis das redes sociais da Agência Pública. Informações pessoais do jornalista chegaram a ser compartilhadas no grupo.

A Ajor, Associação de Jornalismo Digital, repudia a ofensiva de Jackson Villar da Silva contra a Agência Pública e o jornalista Thiago Domenici. Ameaçar um jornalista, além de crime comum, é também um atentado ao direito fundamental à informação. Criar estratégias para derrubar publicações é um ataque direto à democracia e à liberdade de expressão. 

A Ajor insta os órgãos de segurança pública a investigar a conduta de Jackson Villar da Silva e garantir a segurança do jornalista Thiago Domenici.