A Ajor se solidariza com os jornalistas Pedro Borges, diretor de redação da Alma Preta, e Amanda Audi, repórter da Agência Pública, e repudia veementemente os ataques sofridos por eles após a participação na bancada que entrevistou o influenciador e empresário Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, no Roda Viva, da TV Cultura, no dia 2 de setembro.
O jornalista Pedro Borges foi vítima de ofensas de cunho racista, com insultos ao seu cabelo black. “Ninho de cobra, ninho de rato e bombril”, dizem alguns agressores. O jornalista também recebeu ofensas por mensagens diretas no Instagram.
Na última sexta-feira (6), o profissional registrou um Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) como injúria racial, crime previsto em lei, com pena de dois a cinco anos de reclusão e multa.
Já a repórter da Pública Amanda Audi tem sido alvo de ofensas do deputado estadual Denian Couto (Podemos-PR), que frequentemente ataca jornalistas em seu canal no YouTube. Após o programa, o parlamentar a chamou de “semianalfabeta”. Sua posição estimula seus seguidores a fazerem o mesmo.
É inadmissível que profissionais de imprensa sejam alvos de ataques no exercício de suas funções, especialmente quando tais agressões envolvem ofensas racistas e misóginas. A Ajor exige que o poder público acompanhe rigorosamente esses casos, assegurando a proteção dos direitos humanos e a liberdade de imprensa. É fundamental que sejam adotadas medidas para garantir um ambiente seguro, onde jornalistas possam desempenhar seu trabalho sem temor de intimidações ou represálias.
Monitoramento
A Coalizão em Defesa do Jornalismo, articulação de 11 organizações da sociedade civil da qual a Ajor faz parte, também tem monitorado desde o dia 15 de agosto ataques a jornalistas e veículos de comunicação em nove capitais e produzido relatórios semanais com os principais dados, disponíveis neste link.