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Ajor repudia decisão que censura revista piauí

por | ago 25, 2021

A juíza Tula Corrêa de Mello, da 20ª Vara Criminal da Justiça do Rio de Janeiro, censurou reportagem que seria publicada pela revista piauí sobre Marcius Melhem. O ex-diretor do Departamento de Humor da TV Globo, afastado em agosto de 2020, acionou a Justiça depois de a publicação enviar perguntas por e-mail à sua assessora de imprensa, Isabela Abdala.

Na decisão, a juíza Tula Corrêa de Mello determinou a “suspensão” da publicação do texto na revista impressa ou no site da piauí, sob pena de multa de R$ 500 mil, remoção do conteúdo da internet e recolhimento de exemplares impressos. 

Trata-se de censura.

O repórter João Batista Jr. publicou na mesma piauí, em dezembro de 2020, a reportagem “O que mais você quer, filha, para calar a boca”, em que revelou detalhes das acusações de assédio contra Melhem. Desta vez, apurava desdobramentos do caso.

A censura prévia foi sepultada no Brasil com a promulgação da Constituição de 1988. Lançar mão deste expediente não está ao alcance de nenhum agente público. A revista piauí está recorrendo, e o despacho de Tula Corrêa de Mello será seguramente cassado em corte superior.

A Ajor repudia a decisão equivocada da juíza Tula Corrêa de Mello. Censurar os meios de comunicação é ferir de morte um dos pilares da democracia: a liberdade de expressão e de imprensa.