Entre agosto e outubro de 2023, a Ajor (Associação de Jornalismo Digital), em parceria com o Instituto Matizes, realizou uma pesquisa de diagnóstico ouvindo 91 de suas então 111 associadas para reunir dados sobre foco editorial, modelo de negócio e faturamento, abrangência dos alcances de audiência conforme diferentes estratégias e canais de distribuição, entre outros dados.
O mapeamento não apenas auxilia a Associação a implementar projetos adequados para perfis das integrantes, mas também oferece visibilidade e concretude para quem são, de fato, as iniciativas de jornalismo digital brasileiras, mostrando seus modos de se organizar, produzir conteúdo, se comunicar com a audiência e se sustentar financeiramente.
Os dados quantitativos foram analisados qualitativamente. A abordagem com perguntas estruturadas apresentou os temas de forma igualitária a cada uma das associadas e criou uma base comum para reflexão que também pode pautar reflexões comuns acerca do cotidiano da prática jornalística, apontando desafios e oportunidades para as associadas de forma conjunta, contribuindo com um olhar coletivo para os processos e para o próprio jornalismo.
As organizações representadas pela Ajor são jovens. O boom de surgimento das iniciativas ocorreu concentradamente entre 2015 e 2020, com seu primórdio mais consistente entre 2011 e 2014.
A pesquisa mostrou como as associadas são um espaço de diversidade racial, de gênero e de sexualidade. Mais da metade das respondentes contam com pelo menos uma pessoa negra em cargo de gestão. Já 78% contam com pelo menos uma mulher na gestão. Por fim, mais de um terço das iniciativas tem uma pessoa LGBTQIA+ nessa posição.
O jornalismo de nicho também é uma tendência entre as associadas. Uma em cada quatro se dedica a esse tipo de produção, sendo direitos humanos, meio ambiente e diversidade os temas guarda-chuvas mais mencionados.
