Inação torna autoridades cúmplices dos atos antidemocráticos
Uma fotojornalista do Metrópoles, veículo associado à Ajor, foi agredida e teve os pertences roubados enquanto cobria os atos terroristas contra as sedes dos Três Poderes neste domingo (8.jan.2023) em Brasília.
A profissional, cuja identidade não foi revelada por segurança, diz ter sido cercada por dez homens e agredida com chutes e socos. Os bolsonaristas também roubaram-lhe o equipamento de trabalho e o celular. Ela sofreu escoriações leves nos braços e nas pernas.
O ataque à repórter e a outros profissionais de imprensa se soma a um sem número de ações terroristas com objetivos golpistas testemunhados no centro do poder nacional nesse domingo, e que devem ser repudiados por toda a sociedade.
Detalhes do caso
Segundo a jornalista, o ataque aconteceu atrás do Congresso Nacional por volta das 15h, quando ela fotografava a invasão às sedes dos Três Poderes. “Um homem perguntou quem eu era e o motivo de estar tirando fotos. Tentei desconversar, mas acabei dizendo que trabalhava na imprensa. Ele, então, começou a gritar que eu não poderia ficar ali”, contou ao próprio Metrópoles.
A fotógrafa foi cercada por cerca de dez homens que a acertaram com chutes e socos na barriga. Os bolsonaristas exigiram que ela entregasse o celular e o cartão de memória da câmera: “Tiraram da minha mão e me devolveram meus equipamentos de trabalho. O celular e o cartão de memória ficaram com eles”. Os agressores tentaram, ainda, impedir que a profissional deixasse o local.
Outros ataques
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal e a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) monitoram violações ao trabalho da imprensa e já identificaram ao menos outros 14 casos de ataques a profissionais da imprensa durante a cobertura do “Capitólio Candango”.
A Ajor (Associação de Jornalismo Digital) repudia o ataque à fotojornalista do Metrópoles, o ataque à democracia e a todos os outros profissionais vitimados neste domingo. Impedir que realizem seu trabalho é atentar contra o direito à informação de toda a sociedade e revela a essência antidemocrática dos atos e de seus protagonistas. Cabe às autoridades dar uma resposta firme a todos os ataques, sob risco de se tornarem cúmplices dos mesmos extremistas que ora as desafiam.