Coalizão em Defesa do Jornalismo repudia ataques do MBL contra repórter do Intercept Brasil

Por Ajor nov 22, 2024

A Coalizão em Defesa do Jornalismo (CDJor) repudia com veemência os ataques realizados por membros do Movimento Brasil Livre (MBL) contra o jornalista Giovanni Pannunzio, do Intercept Brasil, após a publicação de sua reportagem investigativa sobre possíveis irregularidades na coleta de assinaturas para a criação do partido Missão, associado ao MBL. A matéria, publicada em 12 de novembro de 2024, revelou haver signatários que não sabiam que tinham dado aval para a criação da legenda partidária, o que gerou repercussão pública e reforçou a credibilidade da reportagem.

Lamentavelmente, o MBL optou por uma resposta que foge dos limites do debate democrático e da crítica construtiva, recorrendo a ataques pessoais e intimidatórios contra o jornalista. Durante transmissão ao vivo no canal do MBL, o deputado estadual cassado Arthur do Val dedicou mais de uma hora a desqualificar o trabalho de Pannunzio, utilizando termos de baixo calão, ataques de teor homofóbico e expondo informações pessoais do repórter. Essas ações não só buscam difamar a integridade profissional de Pannunzio, como também incitam seguidores do MBL a perpetuarem ataques nas redes sociais, criando um clima de hostilidade contra o jornalista e a liberdade de imprensa.

Além disso, o ex-deputado Arthur do Val ainda tentou, de maneira invasiva, contatar o jornalista diretamente, tentando surpreendê-lo ao vivo em sua transmissão, uma atitude de flagrante desrespeito à privacidade e ao direito do profissional de trabalhar sem sofrer perseguições. Outro dirigente do MBL, Renan dos Santos, também fez uma live para falar do repórter.

A ação do MBL não é um episódio isolado. Desde sua criação, o movimento tem adotado práticas agressivas contra jornalistas e veículos de comunicação, buscando deslegitimar investigações e enfraquecer a liberdade de imprensa. O ataque contra Giovanni Pannunzio é mais uma tentativa de calar a crítica legítima e de desqualificar o trabalho jornalístico.

É importante ressaltar que a reportagem de Pannunzio foi respaldada por depoimentos de signatários que relataram ter sido enganados na coleta de assinaturas. O Intercept Brasil entrou em contato com o MBL antes da publicação, cumprindo todos os requisitos do jornalismo ético; e o posicionamento do movimento foi devidamente incluído na matéria, ao contrário das alegações infundadas feitas por Arthur do Val.

A Coalizão em Defesa do Jornalismo reafirma seu compromisso com a liberdade de imprensa, o direito à informação e a proteção dos trabalhadores da comunicação. Condenamos veementemente as ações do MBL e expressamos nossa solidariedade a Giovanni Pannunzio e a toda a equipe do Intercept Brasil. Em uma democracia saudável, não há espaço para a intimidação de jornalistas ou para a tentativa de silenciar investigações de interesse público.

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