O Festival de comunicação, culturas e jornalismo de causas tem programação com painéis, oficinas e intervenções artísticas
Começa nesta quinta-feira (26) o Fala! (Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo de Causa), iniciativa que põe em debate o futuro do jornalismo e seu papel na sociedade brasileira a partir da perspectiva popular. Em sua terceira edição e a primeira presencial, o evento acontece entre os dias 25 e 28 de agosto em Salvador, Bahia. Também haverá transmissão ao vivo pelo Youtube da iniciativa.
O Festival é uma realização dos veículos de comunicação Alma Preta Jornalismo, Marco Zero Conteúdo, Ponte Jornalismo e 1 Papo Reto. Além disso, conta com o patrocínio da Google News Initiative e a Open Society Foundations, apoio da Black Adnet e produção executiva da Omin Produções.
Ao longo de quatro dias, o evento contará com palestras e cursos ministrados por acadêmicos, comunicadores e jornalistas de diversas regiões do país. Os participantes também terão acesso a apresentações de artistas baianos do teatro e da música, dialogando com as questões apresentadas nas mesas de debates.
A iniciativa é direcionada a jornalistas, estudantes, comunicadores populares, professores, gestores de comunicação de órgãos públicos e privados, representantes do poder público e do judiciário e o público em geral interessado no tema da democratização do jornalismo e da comunicação.
“O Brasil é um país que apresenta uma gama de problemas estruturais que envolvem violências de raça, gênero e classe. Problemas esses que nos acompanham desde a formação da nação no período colonial e se solidificaram no processo de formação do nosso estado. Com isso, a democracia do país fica fragilizada, pois nem todas as vozes são ouvidas ou participam dos processos de construção social. Sem um diálogo que respeite a pluralidade de vozes, a definição do que é interesse público fica nas mãos de poucos”, afirma Antonio Junião, cofundador da Ponte Jornalismo e um dos idealizadores do Festival Fala!.
Para ele, é necessário que o jornalismo reconheça as questões estruturais da sociedade e se esforce para trazer para o centro do debate vozes que sofreram um apagamento histórico. “Fortalecer o jornalismo de causas é trazer mais gente para o debate. É trazer organizações mais plurais em termos de identidade, de proposta, de território, é trazer mais jornalistas, acadêmicos, artistas periféricos para o centro da discussão. Pois essa pluralidade vai enriquecer o debate, dar mais criatividade. Melhorando a qualidade do debate, melhoramos também a qualidade da informação produzida”, completa.
A programação
No dia 25 de agosto, às 19h30, dando início à terceira edição do Festival FALA!, a mesa de abertura intitulada “O lugar da utopia em um mundo distópico” traz discussões sobre como os ideais de uma sociedade igualitária e verdadeiramente democrática podem impulsionar uma agenda política de oposição ao avanço do autoritarismo, do preconceito e da violência. A mediação do debate será realizada por Cristiane da Silva Guterres, jornalista, apresentadora e redatora, com participação de Helio Santos, doutor em administração e fundador do IBD (Instituto Brasileiro de Diversidade), e Cíntia Guedes, doutora em comunicação pela UFRJ, com ênfase em relações raciais, colonialidade do poder e produção de subjetividade.
Abrindo o segundo dia de FALA!, às 10h15, o painel “Entre redes e ruas: Que democracia é essa?” apresenta uma discussão sobre a qualidade da democracia no Brasil a partir de um debate público promovido nas redes sociais e na vivência das ruas. Mediada por Rosane Borges, doutora em ciência da comunicação pela ECA-USP, a mesa também recebe Michel Silva, graduado em jornalismo pela PUC-RJ, é co-fundador do jornal Fala Roça; Midiã Noelle, jornalista e mestra em cultura pela UFBA; e Célia Tupinambá, líder indígena, professora, intelectual e artista da aldeia Serra do Padeiro.
Além dos painéis, a programação do Festival FALA! promove oficinas presenciais, que acontecem no Espaço Cultural Boca de Brasa a fim de desenvolver atividades práticas sobre arte, cultura, pesquisa e comunicação. As primeiras oficinas Arte e Cultura: a gente não quer só comida e Pesquisa em Jornalismo: Vamos conversar? O diálogo entre prática e pesquisa em Jornalismo acontecem no dia 26 de agosto, às 13h30, ministradas, respectivamente, pelos escritores Marcelino Freire e Miriam Alves; e por Fabiana Moraes, jornalista, professora e pesquisadora do núcleo de design e comunicação da UFPE e Denis de Oliveira, jornalista e professor da ECA-USP.
Entre os debates e oficinas, também ocorrerão intervenções artísticas das musicistas Amanda Costa, Iane Gonzaga e Áurea Semiséria; declamação de poesias por Rilton Júnior e pelo grupo Slam das Minas; performance e dança de Diego Mamba Negra e Mano Sabota, além da apresentação do conjunto Pradarrum, que trabalha a preservação e valorização da musicalidade dos terreiros de candomblé.
Serviço
FALA! – Festival de Comunicação, Culturas e Jornalismo e Causas
PAINÉIS E INTERVENÇÕES ARTÍSTICAS:
Local: Teatro Gregório de Mattos
Endereço: Praça Castro Alves, s/n – Centro, Salvador – BA, 40020-160
Transmissão ao vivo pelo canal do Youtube do Festival FALA!
Data: 25 a 27 de agosto
Necessário a apresentação da caderneta de vacinação contra a Covid-19
Inscrições gratuitas pelo Sympla
OFICINAS:
Local: Espaço Cultural Boca de Brasa
Endereço: Praça Castro Alves, s/n – Centro, Salvador – BA, 40020-160
Data: 26 a 27 de agosto
Horário: 13h30 às 14h30
Sujeito a lotação
Inscrições gratuitas pelo Sympla
