O que o “Project Oasis” revela sobre o jornalismo digital na Europa

Pesquisa entrevistou mais de 500 organizações independentes na região e traz panorama sobre sustentabilidade e inovação de negócios de mídia

Assim como no Brasil, o jornalismo nativo digital vem crescendo constantemente e representa um respiro contra a crise da imprensa tradicional europeia. É o que revelou o  “Project Oasis”, uma extensa pesquisa encabeçada pela SembraMedia sobre sustentabilidade, inovação e o impacto da mídia independente no continente. 

Ao longo de um ano, pesquisadores entrevistaram gestores de 540 iniciativas de jornalismo digital em mais de 40 países na Europa. Os resultados do estudo foram disponibilizados em um diretório, que categoriza esses veículos, e em um relatório de tendências e desafios do setor. 

Apesar das diferenças políticas, econômicas e linguísticas que caracterizam os países europeus, as organizações mapeadas enfrentam obstáculos semelhantes em busca de consolidação de suas marcas e de independência financeira, e que também se refletem na realidade do jornalismo digital brasileiro. Conheça alguns pontos-chaves do “Project-Oasis”:

Liderança feminina

Mais de 58% dos fundadores dos veículos mapeados são mulheres. A pesquisa também mostrou que os jornais com pelo menos uma mulher entre seus fundadores tiveram receitas anuais maiores do que jornais fundados apenas por homens. Redações com lideranças femininas também se destacaram em maturidade de políticas de transparência. 

Visão de negócios

Iniciativas que têm pelo menos um funcionário dedicado à geração de receita apresentaram receita média anual seis vezes maior do que aquelas sem pessoas nessas funções. A grande maioria dos veículos estudados, no entanto, emprega mais repórteres do que perfis de negócio ou estratégia. 

Receita

Entre os jornais sem fins lucrativos, as principais fontes de receita encontradas foram: subsídios (grants, bolsas), doações individuais e programas de membros. Já entre as iniciativas com fins lucrativos: publicidade, assinaturas e doações. O estudo destaca a importância da diversificação de receitas para veículos nativos digitais: “O número ideal na maioria dos mercados parece estar entre duas e seis fontes de receita distintas”. 

Cobertura

Para mais de 85% dos respondentes, temas relacionados a direitos humanos são áreas-chave de cobertura, incluindo migração, refugiados, gênero e feminismo. Além disso, mais da metade dos veículos analisados se dedicam ao jornalismo investigativo. 

Acesse a pesquisa completa aqui.

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