Com objetivo de investigar as especificidades dos modos de fazer jornalismo na Amazônia Legal e na região conhecida como Matopiba (acrônimo formado pelas iniciais dos estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), incluindo territórios do Norte e Nordeste do Brasil, a Ajor (Associação de Jornalismo Digital) realizou uma pesquisa para obter dados quantitativos e qualitativos das organizações que atuam nessas localidades.
O estudo “Panorama do Jornalismo Digital no Matopiba e Amazônia Legal: potenciais e vulnerabilidades de um ecossistema de mídia resistente e estratégico” contou com a parceria com o Mestrado em Indústrias Criativas da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e com o apoio da Climate and Land Use Alliance (CLUA).
Durante a primeira fase do projeto, em 2022, foi realizado um levantamento inicial que resultou em uma amostra de 31 organizações. No entanto, 17 delas seguiram até o final da pesquisa. Na segunda fase, entre janeiro e junho de 2023, foi aplicado um questionário contendo nove seções de perguntas sobre Identificação, Conteúdo, Gestão e Pessoas, Modelos de Negócios, Distribuição, Audiência, Segurança dos/das Profissionais, Impacto e Desafios/demandas prioritárias. Após as respostas, foram feitas entrevistas com representantes das organizações.
A maioria das organizações foram fundadas a partir dos anos 2010. No entanto, chamou a atenção que uma delas surgiu em 2002, muito antes do “boom” de organizações nativas digitais que ocorreu no Brasil nos últimos anos. Outras três são de anos da primeira década dos anos 2000 (2005, 2006 e 2007, respectivamente) indicando uma atividade jornalística digital inaugural nas duas regiões.
O jornalismo hiperlocal também foi o mais citado quanto ao tipo de cobertura realizada, além de uma predominância do formato em texto. Política, meio ambiente e cultura foram também os temas mais citados, respectivamente, sobre a linha editorial.
Confira a pesquisa completa.