A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) divulgou nesta terça (22) a nova edição do relatório “Violações à Liberdade de Expressão”. O levantamento identificou 145 casos de violência contra jornalistas em 2021. Pelo menos 230 profissionais e veículos de comunicação foram alvos de ataques, número 21,69% maior que em 2020.
As ofensas tiveram o maior número de casos, com 53 ocorrências. Em seguida, estão as agressões, com 34 casos, e as intimidações, com 26 casos. Desde que a organização começou a monitorar os casos de violações à liberdade de imprensa no país, em 2012, esta foi a segunda vez sem registros de assassinato de jornalistas pelo exercício da profissão.
Apesar disso, a pesquisa destacou o aumento expressivo de atentados contra estes profissionais, passando de 4 casos em 2020 para 8 em 2021. A Abert enfatiza que se tratam de registros nos quais os autores agiram com a clara intenção de dar fim à vida dos profissionais da imprensa: em 50% dos casos foram usadas armas de fogo como forma de ameaça. As principais vítimas foram homens atacados por criminosos não identificados.
Os ataques virtuais são apresentados em um capítulo à parte no relatório, e levam em consideração um levantamento realizado pela BITES, empresa de análise de dados para decisões estratégicas. Apesar da redução de 54% em relação a 2020, as postagens em redes sociais como o Twitter, Facebook e Instagram, com palavras de baixo calão, expressões depreciativas e pejorativas dirigidas à imprensa profissional e aos jornalistas, representaram cerca de 4.000 ataques virtuais por dia, quase três agressões por minuto.
Na carta de abertura do relatório, o presidente da Abert Flávio Lara Resende afirma que a liberdade de imprensa não aceita retrocessos: “O direito constitucional da sociedade brasileira de ser informada sobre fatos que impactam o seu cotidiano somente estará garantido com uma imprensa livre, independente e plural”.
Imagem: Reprodução/Abert
