Mesas, cases e oficinas com temas diversos encerraram a edição 2024
Mesas, cases e oficinas com temas diversos encerraram a edição 2024
* Por Eduardo Gama, da ESPM-RJ
No último dia (15) do Festival 3i 2024, os convidados se reuniram no campus de Botafogo da Facha (Faculdades Integradas Hélio Alonso), no Rio de Janeiro, para mesas sobre fundo de investimento para o jornalismo e distribuição de conteúdo digital, além de oficinas sobre assistência jurídica, produtos nas redações e portfólios estratégicos.
Na mesa de abertura, Rosental Alves, Sammer Padania e Francis Sowa discorreram sobre diferentes fundos de apoio ao jornalismo ao redor do mundo. Nina Weingrill, jornalista e consultora, avaliou a importância da distribuição de recursos que o fundo pode auxiliar: “É uma iniciativa que tem como objetivo contribuir, ser um outro caminho também de financiamento, de pensar de uma forma unificada a distribuição desses recursos dentro do ecossistema.”. Ela também apontou a falta de estrutura para jornalistas na atualidade e destacou a importância que o fundo pode ter nesse cenário.
A mesa da tarde tratou da distribuição de conteúdos na mídia e podcasts, com nomes importantes da América Latina, como: Juan Camilo Maldonado, da mídia colombiana Mutante, Bia Ribeiro, da Rádio Novelo, Jessica Santos, da Ponte Jornalismo, Alejandro Valdez, da mídia paraguaia El Surti, e Mabel Cáceres, do veículo peruano El Búho. Na palestra, os especialistas exploraram temas como a gestão de comunidades, produção de storytelling, estratégias para divulgação do conteúdo e formas de alcançar o público.
Os primeiros cases do dia, no período da manhã, apresentaram quatro exemplos de cobertura focados em temas ou lugares específicos. O primeiro foi o da Reset, veículo independente de jornalismo econômico, que conseguiu gerar mais receita a partir de cursos disponibilizados pela empresa. A palestra foi apresentada por Raquel Salgado, sócia e diretora de negócios do veículo.
À frente do segundo case, Leonardo Aquino, editor-chefe de esportes na TV Globo de Pernambuco, mostrou seu novo projeto, o podcast “Torpor”, sobre a realidade da explosão do consumo de ópio no Brasil. No processo de produção do podcast, Aquino narrou a motivação para a criação do projeto, o processo de apuração e o que será abordado em cada episódio.
Em seguida, o jornalista e mestre de comunicação Daniel Nardin expôs seu projeto focado na região norte, o Amazônia Vox. A partir de um banco de dados e fontes para jornalistas, assessores de imprensa e veículos de mídia, o Vox promove o protagonismo das vozes locais quando o tema está relacionado ao território.
Já o Conquista Repórter, portal de notícias da cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, teve seu case narrado pela jornalista Karina Andrade, que integra o veículo. Durante a palestra, ela explorou temas como a dificuldade de financiamento e as equipe dos portais de notícias independente de cidades menores.
No período da tarde, quem abriu os cases foi Luiz Lago, integrante do portal NordestEuSou, jornal comunitário de Salvador. A forma de atuação do veículo promove conexões com as comunidades mais vulneráveis da cidade. Além das notícias, o portal organiza diversas ações sociais e eventos comunitários presenciais. A importância social desse trabalho impacta na vida de moradores e colaboradores, que podem transformar suas histórias a partir do jornal.
Marina Gama Cubas, jornalista de dados, apresentou o trabalho realizado no Centro Latinoamericano de Investigación Periodística (CLIP), um portal de jornalismo investigativo na América Latina. Ela destacou como pontos importantes para se trabalhar em um trabalho colaborativo: escuta, curiosidade genuína e espírito de equipe. A organização produziu uma base com dados dos países da América Latina.
O último case do festival foi apresentado por Nicolas Noel, integrante da data_labe, um laboratório de dados e narrativas localizado no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro. O objetivo é democratizar o acesso aos dados e gerar outras narrativas para os moradores daquela região. Além de gerar dados, a data_labe também possui mídias digitais em formato de podcast e texto.
No último dia do Festival 3i 2024, a multiplicidade de temas marcou as oficinas, com motes como assistência jurídica para jornalistas, mentalidade de produto nas redações e produção de portfólio, além da exibição do documentário “Relatos de um Correspondente de Guerra na Amazônia”, produção da Repórter Brasil. A primeira oficina se voltou para a mentalidade de produto nas redações, apresentada por Luciana Cardoso, da News Product Alliance. A dinâmica abordou pontos como a conceituação de produto, o trabalho de pesquisa para estabelecer os objetivos e a definição da persona.
No fim do dia, a oficina ficou a cargo da advogada argentina Camila Estella, integrante do TrustLaw, programa da Fundação Thomson Reuters que ampara jornalistas juridicamente. Os destaques da sessão foram as discussões de censura e ameaça para jornalistas, como se proteger de problemas judiciais, rede de amparo para jornalistas e a missão social no trabalho da organização.
*Reportagem produzida por estudantes de jornalismo da ESPM-RJ para o Foca no 3i, parceria de cobertura do Festival 3i 2024 com as faculdades ESPM-RJ, PUC-RJ e Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha).
Foto de destaque: Any Duarte/CasaLab.
