Com temas variados, 3i traz pela primeira vez os cases em uma edição regional

Por Festival 3i dez 12, 2023

Comunicadores nordestinos e nortistas apresentaram o funcionamento de diferentes iniciativas de jornalismo digital independente aos participantes do festival

por Vitória Vasconcelos*

De forma inédita, o 3i trouxe a exposição de cases para a edição Nordeste de seu festival. Realizado pela Associação de Jornalismo Digital (Ajor), em parceria com o curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza (Unifor), na sexta-feira, 1º, a programação encerrou com breves apresentações de sete comunicadores sobre suas iniciativas.

Os cases serviram como uma possibilidade para os participantes conhecerem mais sobre projetos e pesquisas do universo do jornalismo digital independente. 

Para a jornalista Maia Fortes, diretora-executiva da Ajor, o momento serve para inspirar o público com histórias de sucesso. “Mostrar a relevância daquilo que eles estão construindo e isso [cases] também são um exercício legal para os convidados”, destacou.

As temáticas dos casos foram as mais variadas, mas sempre trazendo um olhar voltado para a inovação no fazer jornalístico.

Conheça os projetos apresentados:

Entendendo os caminhos informativos dos brasileiros na Internet

Por Lara Gonçalves*

Foto: Micaela Menezes.

Com o tema “Entendendo os caminhos informativos dos brasileiros na internet”, Maria Paula Almada e Silva, diretora do laboratório Aláfia Lab, deu início à última parte da programação do Festival 3i Nordeste apresentando uma pesquisa sobre o perfil do consumo de informação dos brasileiros pela internet.

Segundo a apresentadora, as preferências individuais, desigualdades de gênero, de raça, de idade e sociais, além das dinâmicas das plataformas de redes sociais são os principais fatores abordados na pesquisa para entender as atividades das pessoas na internet. O estudo explica ser possível combater os discursos de ódio e as fake news.

A experiência de jovens jornalistas produzindo informação em seus territórios

Por Letícia Vitória e Vitória Vasconcelos*

Foto: Micaela Menezes.

A jornalista Karina Costa, diretora de conteúdo do Conquista Repórter, falou sobre o portal de mídia local que é o único deste tipo em atividade na cidade de Vitória da Conquista, no Sudoeste da Bahia. Em sua apresentação, Karina reforçou as dificuldades que é fazer jornalismo independente, pela falta de reconhecimento.

A diretora de conteúdo também falou da necessidade de combater os desertos de notícia e destacou que a região sofre com carência de informação.. “Nossa função é levar informação de qualidade, principalmente contextualizada para a sociedade”, explica.

Como farejar grandes investigações

Por Letícia Vitória*

Foto: Micaela Menezes

O case “Como farejar grandes investigações” foi ministrado pela jornalista investigativa, Nayara  Felizardo, repórter do Intercept Brasil

Durante sua exposição, a repórter falou sobre a série de reportagens, intitulada “Em nome dos pais”, que trata de uma investigação sobre a Lei de Alienação Parental. Nayara explicou que precisou estudar a pauta da reportagem, pois não sabia como funcionava a lei. Destacou também teve acesso a processos que continham documentos como depoimentos e fotos dos casos. 

A jornalista reforçou que após a escrita de um texto é necessário provar o que escreveu e que para isso ele precisa estar pautado em algum documento ou em entrevistas. Ao final do case, a jornalista ressaltou que o jornalismo investigativo “que afronta é poderoso e traz à tona verdades inconvenientes. Ele se faz com coragem, mas sobretudo com método e seguindo critérios estabelecidos, além de um esmero obstinado em cada etapa de trabalho”.

Novo olhar para pautar a Amazônia

Por Lorena Louise*

Foto: Micaela Menezes

Mesclar comunicação popular e jornalismo para difundir informações para os amazônidas sob o olhar dos próprios amazônidas esse foi o tema do case “Novo olhar para pautar a Amazônia”. A comunicadora popular Marta Silva, gestora de projetos do Tapajós de Fato, foi a responsável por explicar os desafios e os projetos do veículo independente localizado na Amazônia. 

Com a participação da população dos territórios amazonenses brasileiros, o canal luta para criar narrativas diversas que contemplem as temáticas de quem vive na região. O objetivo é atrair holofotes para a região Norte do país sob uma nova perspectiva, diferente daquela comunicada pelos canais sudestinos.

O jeito Budejo de fazer podcast

Por Renan Santiago*

Foto: Micaela Menezes.

Luan Alencar, criador e apresentador do podcast o Budejo, deu dicas para quem pensa em começar um novo podcast. “É importante criar algo novo”, destacou Alencar durante o 3i Nordeste. “A principal dica para criar um novo podcast é pensar no que você vai ter de novo para somar naquela conversa, pois tem muitos podcast, hoje em dia, e a grande maioria meio que se repete, sabe?”. 

Criado em 2019 com a vontade de falar do estilo de vida e das tradições do Cariri, o Budejo hoje abrange os mais diversos temas, mas sempre sob o olhar de quatro caririenses. De política a entretenimento, de cultura nordestina a cultura pop, o programa leva aos seus ouvintes o sotaque da região do sul do Ceará e a visão sertaneja sobre todos os temas que aborda.

Como funciona uma cooperativa de jornalismo

Por Vitória Vasconcelos*

Foto: Micaela Menezes.

A jornalista Wanessa Oliveira Silva, cofundadora da Cooperativa de Jornalismo Mídia Caeté, falou sobre o modelo cooperativo de negócio no case “Como funciona uma cooperativa de jornalismo”.

Wanessa relatou como foi o surgimento da Mídia Caeté e as dificuldades que ela e equipe enfrentaram neste estilo de negócio jornalístico. “Não conhecia muitas experiências de cooperativas de jornalismo independente. Existem modelos de cooperativas em Alagoas, mas elas possuem estilos muito diferentes”, explicou.

O case foi finalizado com Wanessa detalhando os serviços ofertados pela Mídia Caeté.

Como investir em diferentes formatos atrai novas audiências?

Por Vitória Vasconcelos*

Foto: Micaela Menezes.

A edição 2023 do Festival 3i foi encerrada com a apresentação do case “Como investir em diferentes formatos atrai novas audiências?”. A jornalista Regina Ribeiro, editora-chefe do O Povo Mais, de Fortaleza, apresentou como os novos formatos de narrativa podem expandir o alcance dos conteúdos jornalísticos.

Regina falou sobre o surgimento da plataforma multistreaming O Povo Mais e da capacidade do jornalismo de ser mutável e de se adaptar aos novos meios de comunicação. “Não importa qual plataforma seja usada. O bom jornalismo, aquele que profissional e comprometido foi, é e será muito necessário para todas as sociedades”, frisou.

Imagem de destaque: Micaela Menezes. 

*Reportagem produzida por estudantes de jornalismo para o Foca no 3i, parceria de cobertura do Festival 3i Nordeste entre a Ajor e a Unifor (Universidade de Fortaleza).

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