Comunicadores nordestinos e nortistas apresentaram o funcionamento de diferentes iniciativas de jornalismo digital independente aos participantes do festival
por Vitória Vasconcelos*
De forma inédita, o 3i trouxe a exposição de cases para a edição Nordeste de seu festival. Realizado pela Associação de Jornalismo Digital (Ajor), em parceria com o curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza (Unifor), na sexta-feira, 1º, a programação encerrou com breves apresentações de sete comunicadores sobre suas iniciativas.
Os cases serviram como uma possibilidade para os participantes conhecerem mais sobre projetos e pesquisas do universo do jornalismo digital independente.
Para a jornalista Maia Fortes, diretora-executiva da Ajor, o momento serve para inspirar o público com histórias de sucesso. “Mostrar a relevância daquilo que eles estão construindo e isso [cases] também são um exercício legal para os convidados”, destacou.
As temáticas dos casos foram as mais variadas, mas sempre trazendo um olhar voltado para a inovação no fazer jornalístico.
Conheça os projetos apresentados:
Entendendo os caminhos informativos dos brasileiros na Internet
Por Lara Gonçalves*
Com o tema “Entendendo os caminhos informativos dos brasileiros na internet”, Maria Paula Almada e Silva, diretora do laboratório Aláfia Lab, deu início à última parte da programação do Festival 3i Nordeste apresentando uma pesquisa sobre o perfil do consumo de informação dos brasileiros pela internet.
Segundo a apresentadora, as preferências individuais, desigualdades de gênero, de raça, de idade e sociais, além das dinâmicas das plataformas de redes sociais são os principais fatores abordados na pesquisa para entender as atividades das pessoas na internet. O estudo explica ser possível combater os discursos de ódio e as fake news.
A experiência de jovens jornalistas produzindo informação em seus territórios
Por Letícia Vitória e Vitória Vasconcelos*
A jornalista Karina Costa, diretora de conteúdo do Conquista Repórter, falou sobre o portal de mídia local que é o único deste tipo em atividade na cidade de Vitória da Conquista, no Sudoeste da Bahia. Em sua apresentação, Karina reforçou as dificuldades que é fazer jornalismo independente, pela falta de reconhecimento.
A diretora de conteúdo também falou da necessidade de combater os desertos de notícia e destacou que a região sofre com carência de informação.. “Nossa função é levar informação de qualidade, principalmente contextualizada para a sociedade”, explica.
Como farejar grandes investigações
Por Letícia Vitória*
O case “Como farejar grandes investigações” foi ministrado pela jornalista investigativa, Nayara Felizardo, repórter do Intercept Brasil.
Durante sua exposição, a repórter falou sobre a série de reportagens, intitulada “Em nome dos pais”, que trata de uma investigação sobre a Lei de Alienação Parental. Nayara explicou que precisou estudar a pauta da reportagem, pois não sabia como funcionava a lei. Destacou também teve acesso a processos que continham documentos como depoimentos e fotos dos casos.
A jornalista reforçou que após a escrita de um texto é necessário provar o que escreveu e que para isso ele precisa estar pautado em algum documento ou em entrevistas. Ao final do case, a jornalista ressaltou que o jornalismo investigativo “que afronta é poderoso e traz à tona verdades inconvenientes. Ele se faz com coragem, mas sobretudo com método e seguindo critérios estabelecidos, além de um esmero obstinado em cada etapa de trabalho”.
Novo olhar para pautar a Amazônia
Por Lorena Louise*
Mesclar comunicação popular e jornalismo para difundir informações para os amazônidas sob o olhar dos próprios amazônidas esse foi o tema do case “Novo olhar para pautar a Amazônia”. A comunicadora popular Marta Silva, gestora de projetos do Tapajós de Fato, foi a responsável por explicar os desafios e os projetos do veículo independente localizado na Amazônia.
Com a participação da população dos territórios amazonenses brasileiros, o canal luta para criar narrativas diversas que contemplem as temáticas de quem vive na região. O objetivo é atrair holofotes para a região Norte do país sob uma nova perspectiva, diferente daquela comunicada pelos canais sudestinos.
O jeito Budejo de fazer podcast
Por Renan Santiago*
Luan Alencar, criador e apresentador do podcast o Budejo, deu dicas para quem pensa em começar um novo podcast. “É importante criar algo novo”, destacou Alencar durante o 3i Nordeste. “A principal dica para criar um novo podcast é pensar no que você vai ter de novo para somar naquela conversa, pois tem muitos podcast, hoje em dia, e a grande maioria meio que se repete, sabe?”.
Criado em 2019 com a vontade de falar do estilo de vida e das tradições do Cariri, o Budejo hoje abrange os mais diversos temas, mas sempre sob o olhar de quatro caririenses. De política a entretenimento, de cultura nordestina a cultura pop, o programa leva aos seus ouvintes o sotaque da região do sul do Ceará e a visão sertaneja sobre todos os temas que aborda.
Como funciona uma cooperativa de jornalismo
Por Vitória Vasconcelos*
A jornalista Wanessa Oliveira Silva, cofundadora da Cooperativa de Jornalismo Mídia Caeté, falou sobre o modelo cooperativo de negócio no case “Como funciona uma cooperativa de jornalismo”.
Wanessa relatou como foi o surgimento da Mídia Caeté e as dificuldades que ela e equipe enfrentaram neste estilo de negócio jornalístico. “Não conhecia muitas experiências de cooperativas de jornalismo independente. Existem modelos de cooperativas em Alagoas, mas elas possuem estilos muito diferentes”, explicou.
O case foi finalizado com Wanessa detalhando os serviços ofertados pela Mídia Caeté.
Como investir em diferentes formatos atrai novas audiências?
Por Vitória Vasconcelos*
A edição 2023 do Festival 3i foi encerrada com a apresentação do case “Como investir em diferentes formatos atrai novas audiências?”. A jornalista Regina Ribeiro, editora-chefe do O Povo Mais, de Fortaleza, apresentou como os novos formatos de narrativa podem expandir o alcance dos conteúdos jornalísticos.
Regina falou sobre o surgimento da plataforma multistreaming O Povo Mais e da capacidade do jornalismo de ser mutável e de se adaptar aos novos meios de comunicação. “Não importa qual plataforma seja usada. O bom jornalismo, aquele que profissional e comprometido foi, é e será muito necessário para todas as sociedades”, frisou.
Imagem de destaque: Micaela Menezes.
*Reportagem produzida por estudantes de jornalismo para o Foca no 3i, parceria de cobertura do Festival 3i Nordeste entre a Ajor e a Unifor (Universidade de Fortaleza).
This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.
Strictly Necessary Cookies
Strictly Necessary Cookie should be enabled at all times so that we can save your preferences for cookie settings.
If you disable this cookie, we will not be able to save your preferences. This means that every time you visit this website you will need to enable or disable cookies again.