Palestrantes compartilham experiências e dificuldades de abordar novos olhares sobre temas não pautados pela mídia tradicional
Por Lara Gonçalves*
Abordar uma visão diferente sobre grupos, periferias e comunidades que não têm visibilidade nas mídias tradicionais foi o foco da mesa de debate que abriu a programação do Festival 3i, na Universidade de Fortaleza (Unifor) na última sexta-feira, 1º. A palestra “Os olhares do Nordeste para o Brasil e para si mesmo” foi mediada pela jornalista Maristela Crispim, editora-chefe da Eco Nordeste, e contou com a participação de Gabrielle Guido, cofundadora da plataforma Entre Becos, Jefferson Borges, fundador e diretor geral do portal comunitário NORDESTeuSOU, e Larissa Carvalho, fundadora e editora-chefe do Negrê, primeiro portal de mídia negra nordestina.
Durante o debate, os palestrantes relataram as dificuldades de levar visibilidade para os projetos jornalísticos do Nordeste, principalmente quando são abordadas pautas que não trazem violência, preconceito e racismo como tema principal. Segundo Gabrielle Guido, esses temas estão profundamente enraizados na visão das demais regiões brasileiras sobre os estados nordestinos, mas também estão presentes na percepção da própria população local. “Nós não estamos imunes aos estereótipos e preconceitos que nos cercam”, afirma Gabrielle.
Também foi mencionado o impacto das atividades jornalísticas na vida das pessoas. Jefferson Borges abordou a repercussão que o portal comunitário NORDESTeuSOU causou na vida de pessoas que vivem no entorno.
Cada portal, apresentado durante a primeira palestra, abordou seus impactos, inspirações e dificuldades para se manter. Dentre eles, o Negrê, primeiro portal de mídia negra do Nordeste brasileiro, fundado pela jornalista Larissa Carvalho, busca fugir dos temas de violência e racismo que permeiam a comunidade negra e trocá-los pelos seus costumes e riqueza cultural. Além disso, retrata diferentes aspectos em comum com o jornalismo produzido no continente africano.
Segundo a jornalista Samira de Castro, presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o evento se mostrou extremamente inspirador por trazer exemplos de como o jornalismo hiperlocal tem impacto na vida das pessoas e por ressaltar a necessidade do jornalismo ter, cada vez mais, vozes diversas e plurais. “É fundamental que essas iniciativas perdurem e perpassem gerações. Que possam ocupar o lugar de formação e informação da sociedade”, comenta Samira.
*Reportagem produzida por estudantes de jornalismo para o Foca no 3i, parceria de cobertura do Festival 3i Nordeste entre a Ajor e a Unifor (Universidade de Fortaleza).
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