Serrapilheira 5 anos: diversidade e inovação marcam participação de iniciativas associadas à Ajor no evento

Por Géssika Costa out 21, 2022

Celebração do aniversário do Instituto contou com apresentações de projetos financiados; Dos 38 expostos durante a programação, 16 fazem parte da Ajor 

O Instituto Serrapilheira, organização filantrópica de apoio e financiamento à pesquisa e divulgação científica no Brasil, completou cinco anos de atuação em outubro. Durante evento de celebração no Solar Real, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, 16 organizações associadas à Associação de Jornalismo Digital (Ajor), de quatro regiões do Brasil, apresentaram seus projetos e produtos.

Todas as iniciativas apresentadas no evento receberam apoio do Instituto entre 2020 e 2022. Elas atendem ao eixo de Divulgação Científica, que tem como foco o financiamento a projetos de mídia e jornalismo e plataformas de entretenimento profissionais que tragam um olhar curioso e provocativo sobre ciência.

Representantes de organizações associadas à Ajor durante evento do Instituto Serrapilheira. Foto: Giovanna Antiório

No primeiro dia do encontro, os representantes do Data_labeNúcleo, Ambiental Media, Amazônia Real, Ciência Suja/Rádio Guarda Chuva, Infoamazonia, O Joio e o Trigo, Azmina, Agência Bori e Alma Preta apresentaram seus projetos.

No segundo dia, foi a vez do ((o)) Eco, My News, Nexo, Revista 451, Marco Zero Conteúdo e Lupa. Além das organizações associadas, a Ajor também fez uma apresentação sobre o podcast Como Cobrir: Ciência, executado pela entidade para apoiar jornalistas e profissionais  da comunicação na cobertura de temas relacionados à ciência. O produto tem sete episódios com média de duração de 5 minutos, linguagem simples e objetiva.

O encontro contou, ainda, com palestras, debates, atividades colaborativas e apresentações dos projetos de ciência, além de momentos de interação com cientistas e divulgadores científicos que fazem parte da comunidade do Serrapilheira.

A secretária executiva da Ajor, Maia Fortes, durante apresentação do podcast “Como Cobrir: Ciência”. Foto: Giovanna Antiório

Para a secretária executiva da Ajor, Maia Fortes, a presença das organizações de mídia associadas demonstra a solidez do trabalho dos veículos e o compromisso de cada iniciativa em contribuir para levar assuntos relacionados à ciência ao debate público do país. 

“Parabenizamos e destacamos a missão do Serapilheira à ciência e, claro, ao jornalismo. A Ajor reúne o melhor do jornalismo digital no Brasil e o apoio do Instituto para essas iniciativas reflete a consistência dessas organizações, que estão sempre inovando e ampliando a visibilidade sobre essa temática relevante”, pontua Fortes.

A diretora de Divulgação Científica do Serrapilheira, Natasha Felizi, aborda a importância do apoio ao jornalismo como ferramenta de combate à desinformação no Brasil.

“O Brasil vive um momento político de muita instabilidade que está associado diretamente à crise da informação que vimos crescer nos últimos anos. Por isso, elevar a qualidade do debate público a partir de conteúdos jornalísticos cientificamente embasados é de extrema importância. Reunir em um espaço propício para a troca de ideias e informações tantos jornalistas e cientistas é uma forma de alcançar esse objetivo”, ressalta Felizi.

Conheça cada projeto de associadas à Ajor apoiado pelo Serrapilheira:

Agência Lupa
Corona Verificado: O Serrapilheira, a Agência Lupa e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) se uniram em uma parceria para produção de conteúdos analíticos sobre a desinformação em torno da Covid-19. Foram publicadas 26 colunas na Folha de S.Paulo e no portal UOL, entre junho e setembro (uma coluna por semana em cada veículo). Todas as publicações do projeto foram disponibilizadas pela Lupa em um e-book.

Marco Zero Conteúdo
Sou de Humanas: Usando o humor como linguagem, o projeto “Sou de Humanas” é uma reportagem multimídia que vai mostrar a importância das Ciências Humanas em projetos de ponta no Brasil. Alvo de chacota por parte de governantes – e por um senso comum que não atribui importância a filósofos, beletristas ou sociólogos, por exemplo – as Ciências Humanas foram uma das áreas mais atingidas com os cortes de investimentos em educação ocorridos no país nos últimos anos.

Quatro cinco um
A Feira do Livro: Com mais de 100 expositores, entre editoras e livrarias, A Feira do Livro traz diversos encontros com autores e comunicadores. Ela ocorreu de 8 a 12 de junho e o público pode conferir a faixa de debates dedicada à ciência, com 5 mesas que abordaram a temática a partir de livros recentes de cientistas e divulgadores no mercado editorial brasileiro.

Nexo Jornal
Ponto Futuro: Editoria do Nexo dedicada a pensar futuros possíveis a partir de temas que são chave para transformar o Brasil e o mundo nos próximos anos: Amazônia, ciência, clima, gestão pública e infância. Na medida em que o país se recupera da crise provocada pela pandemia da covid-19 e passa por momentos decisivos do ponto de vista político, econômico e social, a ‘Ponto Futuro’ traz debates, temas, dados e descobertas que ajudem a entender os desafios do presente e refletir sobre os rumos dos próximos anos.

My News
Quinta Chamada: Semanalmente a apresentadora Cecília Olliveira se reúne com cientistas e jornalistas especializados para debater assuntos científicos que estão em pauta no noticiário nacional e internacional. Os convidados abordam temas como investimentos na ciência, mudanças climáticas, sustentabilidade e política científica. O programa é produzido e apurado por jornalistas e roteirizado com uma linguagem fácil e interativa.

((o))eco
Mata Atlântica: novas histórias: Ao longo da história de ocupação do Brasil, quase 90% da Mata Atlântica foi devastada. Iniciativas de restauração ambiental buscam escrever os próximos capítulos do bioma, que se estende pelo litoral brasileiro e onde mora 72% da população do país, através de reflorestamento, reintrodução de fauna e corredores ecológicos. O site de jornalismo ambiental ((o))eco foi atrás destas histórias, além de produzir um seminário e um guia de boas práticas para comunicar a biodiversidade.

Ambiental Media
Aquazônia: Quais localidades da Bacia Hidrográfica Amazônica têm sofrido os maiores impactos da atividade humana? Por meio da análise de dados geoespaciais, um time de jornalistas, cientistas e desenvolvedores respondeu essa pergunta. Os resultados da análise foram plotados em mapas inéditos e combinados com investigação jornalística e trabalho de campo, culminando com a publicação de uma plataforma especial multimídia. O projeto é desenvolvido pela Ambiental Media, startup brasileira de jornalismo científico, e liderado pelo jornalista Thiago Medaglia.

Revista AzMina
Corpo Especulado: Série documental em áudio que explora a relação conflituosa entre o corpo feminino e a ciência, das cobaias às “histéricas”, da genética à inteligência artificial. O podcast aborda problemas históricos a partir de pautas e personagens do presente, revelando vieses de gênero, raça, classe e sexualidade que permearam estudos científicos ao longo dos séculos e persistem ainda hoje.

Rádio Guarda-Chuva
Ciência Suja: O podcast conta histórias de fraudes científicas que geraram grandes prejuízos para a sociedade e mostra como a própria ciência resolveu esses crimes. Na sua segunda temporada, além de novos casos, o programa abordará a importância dessas histórias para as eleições de 2022. O projeto foi criado pela produtora audiovisual Nav Reportagens, dos jornalistas Felipe Barbosa e Pedro Belo, e pelos também jornalistas Thaís Manarini e Theo Ruprecht, especializados em saúde e ciência.

Agência Amazônia Real
Cientistas da Amazônia: Como a ciência feita na região amazônica foi atravessada pelo governo Bolsonaro? No projeto da agência Amazônia Real, cientistas e pesquisadores contam como suas pesquisas foram afetadas durante os quatro anos do atual governo. Neste período, esses profissionais enfrentaram o silenciamento forçado, o negacionismo, ataques, falta de recursos para avançar em suas pesquisas, entre outras ameaças. Divididos em cinco documentários, os convidados também falam sobre as trajetórias de vida, os legados e o que pensam em relação ao futuro da ciência na Amazônia.

Núcleo jornalismo
Science Pulse: Quem são os cientistas que pautam as redes sociais? O Science Pulse, plataforma do Núcleo Jornalismo, é uma ferramenta de social listening com foco na divulgação científica. A curadoria conta com mais de 1.500 perfis de cientistas, especialistas e instituições do Brasil e do mundo. Além de uma aplicação automatizada, o projeto construiu um banco de dados com milhões de publicações no Twitter — a maior parte acerca de saúde e a crise da pandemia global — que permitirá a criação de novos estudos e métricas para avaliar a divulgação e o impacto da ciência no Brasil.

Data_labe
Data_Lábia: Um podcast sobre a favelas e seus moradores. Aqui discutem-se problemas e soluções para imaginar cidades mais justas e felizes.

O Joio e o Trigo
Prato Cheio: Prato Cheio é um podcast que traz uma visão sistêmica e política sobre alimentação. Baseado em investigações rigorosas, tendo sempre a melhor evidência científica como horizonte, o programa debate esta que é uma questão fundamental do século 21 com um tom leve, pessoal e irônico.
Lançado em 2020, Prato Cheio é o podcast do site O Joio e O Trigo, projeto brasileiro de jornalismo que investiga exclusivamente a alimentação e sua relação com a política, cultura, sociedade, economia e história.

Alma Preta
É tudo mentira? Série do canal da Alma Preta Jornalismo. Este projeto é desenvolvido e realizado em parceria com a Aláfia.lab e com o desinformante.

InfoAmazonia
Lab de Geojornalismo: Iniciativa para facilitar o uso de dados e informações das ciências da terra em formatos acessíveis ao grande público – como a visualização de dados em mapas e gráficos interativos. Para isso, estamos nos unindo a alguns dos pesquisadores mais renomados na área de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e elaborando um curso piloto de geojornalismo que conecte repórteres e especialistas. Além disso, vamos produzir reportagens a partir do compartilhamento dos conhecimentos técnicos destes pesquisadores com jornalistas.

Agência Bori
Agência de Notícias: O Brasil está entre os 15 maiores produtores de ciência no mundo, mas poucos estudos são divulgados pela imprensa e acabam não chegando à sociedade. Só em 2018, foram 70 mil artigos científicos brasileiros publicados. A missão da Bori é aumentar a presença da ciência na mídia nacional e, assim, ampliar o acesso da sociedade ao conhecimento produzido no país. Em uma plataforma, a Bori reúne estudos de universidades e institutos de pesquisa nacionais com embargo (ou seja: estão disponíveis para os jornalistas antes de serem oficialmente publicados).

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