Veículo foi indicado na categoria de reportagens produzidas pelo jornalismo independente com série sobre termelétricas no Nordeste
O Prêmio Megafone de Ativismo anunciou, na última terça (21), os cinco finalistas da categoria “Mídia Independente”, que premia a reportagem jornalística que aborda a realidade social ou socioambiental no Brasil.
A Eco Nordeste, organização associada à Ajor, figura entre os indicados com a série “Termelétricas no Nordeste”, com apoio do Instituto ClimaInfo, que narra os impactos causados pelas usinas que utilizam combustíveis fósseis nos estados do Ceará, Maranhão e Sergipe. Entre todas as categorias, foram 951 inscrições em todo o Brasil e quase metade delas do Norte e Nordeste.
Os projetos são avaliados por um júri especializado que leva em conta o impacto na causa ao qual o ativismo se dirige e no debate público sobre o tema, a capacidade de transmitir a mensagem de forma criativa e coerente ao tema abordado e a capacidade de informar, mobilizar e inspirar outras pessoas.
Na categoria foram indicadas também: o guia “Amazônia Legal e o Futuro do Brasil”, por Sinal de Fumaça; a reportagem em HQ “Um Povo, Três Massacres”, da Revista Badaró; o episódio “Crianças indígenas defendem demarcação de terra e autonomia sobre territórios”, do Podcast Radinho Bdf (Brasil de Fato); e o episódio “Ganhamos, porra!” do Podcast Medo e Delírio em Brasília.
Os vencedores serão anunciados no mês de abril em uma cerimônia de premiação online.
Sobre a série
Em quatro reportagens, publicadas ao longo de agosto de 2022, a repórter Alice Sales traz a perspectiva de comunidades tradicionais, autoridades, ativistas e pesquisadores sobre a presença das termelétricas na região.
A Usina Termelétrica Porto Sergipe I, considerada a maior movida a gás natural da América Latina, por exemplo, está localizada no município de Barra dos Coqueiros e próxima à Comunidade Quilombola de Pontal da Barra, onde cerca de 150 famílias vivem da atividade pesqueira. A empresa, porém, fez com que a área de pesca fosse reduzida.
“Durante as idas a campo pelos estados do Maranhão, Sergipe e Ceará, me chamou atenção a situação de insalubridade invisível em que as famílias dessas comunidades se encontram. E, ao mesmo tempo, são pessoas que possuem muita garra para lutarem contra a injustiça socioambiental que enfrentam e pela qualidade de vida em seus territórios”, afirma Sales, que recebeu com surpresa a indicação da série ao prêmio.
Já a editora e fundadora da Eco Nordeste, Maristela Crispim, conta que as parcerias têm sido essenciais para a produção de reportagens de impacto, principalmente para pequenos veículos digitais fora do Sudeste: “Foi com muita emoção que recebemos esta notícia. Não posso deixar de dizer que o jornalismo mudou muito. São imensos os desafios, principalmente de segurança financeira, jurídica e até física. Preciso ressaltar que a Ajor tem sido fundamental na criação de possibilidades de crescimento e fortalecimento das nossas organizações, principalmente ao considerar as diferenças, inclusive regionais”.
“Sem a parceria do Instituto ClimaInfo, não teríamos conseguido mostrar que no Nordeste, destacado pelo potencial para a produção de energias renováveis, há investimento em usinas termelétricas com todas as implicações socioambientais deste tipo de operação”, completa Crispim. “A indicação nos enche de alegria e de responsabilidade para continuar perseguindo nossos propósitos de contribuir, por meio do jornalismo independente, para a construção de um mundo melhor para todes.”
A série conta com textos de Alice Sales, fotos de Camila de Almeida, edição de Maristela Crispim e design por Flávia P. Gurgel.
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