Associação Brasileira de Imprensa recebe ato pela liberdade de Julian Assange

Por Ajor nov 28, 2022

Evento reúne jornalistas, entidades da sociedade civil e ativistas por uma imprensa livre na sede da organização, no Rio de Janeiro

A sede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) no Rio de Janeiro recebe nesta quarta (30), das 16h às 18h, ato em defesa de Julian Assange, fundador do WikiLeaks. O jornalista, que está detido no Reino Unido, é acusado pelo governo estadunidense de violar a Lei de Espionagem de 1917 ao vazar documentos sigilosos sobre ações militares e diplomáticas do país.

O evento foi convocado por Kristinn Hrafnsson, editor-chefe do WikiLeaks, e Joseph Farrell, embaixador da plataforma, com a intenção de pressionar a administração Biden a retirar acusações feitas por Trump contra Assange, e exigir sua liberdade imediata.

Ao longo da última semana, os representantes do WikiLeaks promoveram uma série de encontros no Brasil com associações, sindicatos, federações e organizações jornalísticas, além de lideranças sociais e políticas com o objetivo de discutir os possíveis riscos para a democracia e a liberdade de imprensa caso Assange seja extraditado para os EUA.

Além de representantes da Associação de Jornalismo Digital (Ajor), outras entidades participaram das reuniões, como o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Repórter Sem Fronteiras (RSF), Instituto Vladimir Herzog, Artigo 19, Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores no Brasil, Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Tornavoz, Intervozes e o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

Segundo as organizações, a eventual condenação do jornalista vai de encontro com o direito e dever jornalístico de solicitar, receber, possuir e publicar informações verídicas e de interesse público. A defesa do jornalista quer que os EUA retirem as acusações como forma de proteger a liberdade de imprensa em todo o mundo.

O caso Julian Assange

Em 2010, o jornalista australiano publicou mais de 700 mil documentos que continham provas de crimes de guerra dos Estados Unidos no Iraque e Afeganistão, de campos de tortura em Guantánamo, em Cuba, além de espionagem do governo americano contra chefes de Estado extrangeiros.

O governo dos EUA alega que, ao hackear computadores do governo e vazar os dados, Assange colocou em risco a vida de fontes. Com isso, o jornalista foi acusado de violar a Lei de Espionagem de 1917, usada durante a guerra para perseguir pacifistas e dissidentes e classificá-los como espiões. O objetivo do governo americano é extraditá-lo para que seu julgamento ocorra em território nacional. Caso seja sentenciado pelas acusações, ele pode cumprir até 175 anos de prisão.

Os pedidos de extradição ocorrem desde 2010. Em 2012, Assange se exilou na embaixada do Equador em Londres. Ele está detido em uma prisão de segurança máxima no Reino Unido desde 2019.

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