Por César Ribeiro, Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA)
Cientista que ganhou notoriedade pela comunicação sobre a pandemia da COVID-19 no Brasil em redes sociais, Atila Iamarino foi um dos convidados do Festival 3i 2023, que aconteceu entre os dias 5 e 7 de maio na Casa da Glória, Rio de Janeiro.
O acadêmico ministrou o workshop “Da redação à timeline: estratégias para um jornalismo dinâmico”, analisando como as pessoas consomem informação na internet e mostrando exemplos de conteúdo virtual que deram certo ou errado.
Iamarino é Dr. em Microbiologia pela USP e foi pesquisador na USP e na Yale University. Foi cocriador do ScienceBlogs Brasil, braço em português da maior rede de blogs científicos do mundo. Hoje é comunicador no seu canal no Youtube com mesmo nome com mais de 1.5 milhões de inscritos. Também atua na área educacional como consultor e produtor de material didático digital e educação na internet.
“Hoje é ridiculamente fácil gerar conteúdo para o bem e ou para o mal”, afirmou. O cientista criticou a lentidão do processo de regulamentação do ambiente virtual no Brasil, “continuamos num mundo sem regras”. Ele destacou, ainda, a facilidade com que as mensagens falsas chegam aos usuários, em especial aos mais velhos através do WhatsApp.
O cientista também falou sobre como os jovens consomem informação no Brasil. A Geração Z já não faz mais consultas no Google e sim utiliza o Tik Tok, por dois motivos: informação visual e rápida. “A indexação do TikTok é fantástica, leva apenas 15 segundos de vídeo”, explica.
Para ele, o grande diferencial do TikTok de todas as demais redes, até agora, é o caráter original (orgânico) das postagens, enquanto no Google e demais sites há a figura do controle dos patrocinadores.
“Os usuários da rede querem consumir conteúdos orgânicos, feitos de forma original pela pessoa que posta o material. E nos quais o protagonista declare todos os benefícios e defeitos de um produto, tudo de bom ou ruim de uma estadia, ou o lado positivo ou negativo de um bem adquirido ou a experiência em um restaurante”, afirma.
Iamarino também lembrou que o Brasil é um dos países que mais consome vídeos, em decorrência do alto grau de analfabetismo na população. Bem como que a linguagem mais utilizada no Brasil nos celulares é a falada (por meio de áudios) e não a escrita, pela mesma razão.
O cientista destacou que a maioria dos celulares utilizados no país é de baixa qualidade e resolução. E que no momento da gravação dos conteúdos não há necessidade de utilizar um equipamento de última geração, mas é sempre importante se preocupar com a formatação final do vídeo, pois a imagem tem que ser apta para ser apresentável na tela de um celular.
Outro ponto abordado foi que os usuários preferem conteúdos que trazem a perspectiva e opinião dos produtores. “Os consumidores não buscam neutralidade nas postagens”, afirma.
Em seguida, o convidado deu início a uma oficina prática que teve o objetivo de apoiar participantes no desenvolvimento de habilidades de comunicação orientadas para as preferências de público e a partir do formato de cada rede social, trabalhando estratégias de distribuição que fomentem a interação saudável nas plataformas. Confira 5 dicas de Iamarino:
É muito arriscado vincular uma empresa a imagem de uma única pessoa pública mas, ao mesmo tempo, o público não quer saber de personagens artificiais;
O podcast é um ótimo produto, que agrega sempre bons clientes;
sempre forneça materiais de imagem aos bancos de dados para aumentar a adesão futura aos materiais postados;
O Twitter pode ser um ambiente ótimo, mas também pode ser um ambiente, extremamente, tóxico;
Lembrem-se que tudo tem seu lado bom e ruim.
*Reportagem produzida por estudantes de jornalismo para o Foca no 3i, parceria de cobertura do Festival 3i 2023 com as Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA).
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