Festival 3i Nordeste: jornalistas veteranas na podosfera compartilham dicas para quem quer começar um podcast

Por Festival 3i dez 11, 2023

Workshop garantiu momentos de interação e aprendizado entre estudantes, entusiastas de podcasts e profissionais ligados à comunicação

Por Maria Eduarda Rodrigues*

Não é exagero afirmar que o podcast é um dos formatos mais populares consumidos atualmente. Seja pela forma como as notícias podem ser transmitidas de forma resumida ou por uma conversa quase íntima entre interlocutor e ouvinte, cada episódio tem seu charme que prende a quem escuta.

A fim de aconselhar os interessados a integrar o mercado digital de áudio, o workshop “5 dicas para começar um podcast de sucesso”, parte da programação do Festival 3i Nordeste, foi realizado na Universidade de Fortaleza (Unifor). As jornalistas Alice Sousa e Kamila Fernandes mediaram a oficina. 

Alice Sousa é cearense, natural do Vale do Jaguaribe. Comunicadora formada pela UFC, trabalha como assessora de comunicação no terceiro setor no Instituto Nordeste Cidadania. É cofundadora da Kilombas Produções, que dela vem o podcast homônimo, tematizado no debate de assuntos étnico-raciais. Com ela, participam a jornalista Letícia Feitosa e a arquiteta Leíssa Feitosa.

Kamila Fernandes é paulista, trabalhou em veículos de comunicação como O Povo, Folha de São Paulo e UOL. Desde 2012, leciona para os alunos do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), além de atuar como Secretária de Comunicação e Marketing. Em 2020, co-fundou o podcast As Cunhãs, série de conversas descontraídas sobre a política do Ceará e do Brasil, juntamente com as também jornalistas Inês Aparecida e Hébely Rebouças.

Respectivamente Alice Sousa (Kilombas Produções) e Kamila Fernandes (As Cunhãs) durante oficina de podcasts no Festival 3i Nordeste. Foto: Micaela Menezes

As profissionais começaram reforçando que para definir a identidade de um podcast é essencial entender as expectativas da audiência, e que é de extrema importância ter uma regularidade. Estruturação, planejamento, roteiro leve e topicalizado e um estilo informal são algumas características essenciais para atingir o público. 

Por ser “de nicho”, o produto depende da qualidade para garantir o tempo de audição, pois compete com outros sentidos sensoriais. “Gravávamos pelo Anchor (hoje Spotify for Podcasters). No começo, a parte técnica foi muito difícil. A gente ficava impressionada. ‘Não pode alguém conseguir nos ouvir até o final’. Mas tinha, e os colegas [ouvintes] começaram a nos dar dicas”, Kamila relembra a sua experiência nos primeiros episódios de “As Cunhãs”.

Foram também analisadas as semelhanças e diferenças entre o rádio e o podcast. Ao contrário do podcast, que pode ser consumido on-demand e adaptado para qualquer momento do dia, o rádio segue uma grade pré-estabelecida de horários. Esta característica, entretanto, também garante uma maior proximidade do ouvinte da programação radiofônica, já que o mesmo programa sempre estará sendo transmitido em um mesmo horário.

De qualquer maneira, ambos os veículos de comunicação cumprem um propósito semelhante: o de atingir diretamente sua audiência, a razão de existirem. A atenção com o público é necessária, pois ele não só ouve, mas também quer interagir. “O podcast é a continuação do rádio”, afirmou a participante e comunicadora paraense Marta Silva, do portal Tapajós de Fato.

*Reportagem produzida por estudantes de jornalismo para o Foca no 3i, parceria de cobertura do Festival 3i Nordeste entre a Ajor e a Unifor (Universidade de Fortaleza).

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