Justiça rejeita pedido de censura contra reportagem do Aos Fatos

Por Ajor abr 01, 2022

Procurador federal Aílton Benedito entrou com uma ação contra o veículo de fact-checking após ser mencionado em reportagem de desinformação sobre o uso de cloroquina.

O Tribunal de Justiça de Goiás rejeitou nesta terça-feira (29), o pedido do procurador federal Aílton Benedito para censurar uma matéria do Aos Fatos. Benedito foi apontado como um dos usuários bolsonaristas do Twitter que mais promoveram o uso da cloroquina contra a Covid-19 na reportagem “Apoio à cloroquina engaja mais no Twitter sustentado em desinformação”, publicada em maio de 2020. Além da censura, o procurador pedia uma indenização ao site especializado em fact-checking.

O 10º Juizado Cível Especial, dirigido pelo juiz responsável Felipe Vaz de Queiroz, decidiu que a reportagem “não traz afirmações difamatórias ou caluniosas a atingir imagem e/ou reputação do reclamante”. Benedito ainda pode recorrer.

“Essa decisão é um aceno a quem se utiliza de juizados especiais cíveis para contestar veículos jornalísticos. Essa prática é cada vez mais comum no Brasil porque dificulta a defesa dos órgãos de imprensa e distorce os mecanismos de justiça para constranger esse setor”, afirmou Tai Nalon, diretora executiva do Aos Fatos e conselheira da Ajor (Associação de Jornalismo Digital), em reportagem publicada ontem.

Além da judicialização do caso, a ação do procurador foi precedida de ataques digitais contra o veículo e os jornalistas responsáveis nas redes sociais, fomentada por expoentes do bolsonarismo. 

A Ajor se solidariza com os jornalistas do Aos Fatos, vítimas de assédio judicial e moral, e reforça seu posicionamento a favor do livre exercício do jornalismo profissional de suas associadas.

outras notícias

veja também