O que o Digital News Report 2023 revela sobre o jornalismo e o consumo de informação

Nova edição do estudo do Instituto Reuters foi divulgado nesta quarta-feira (14)

O Instituto Reuters divulgou nesta quarta (14) a nova edição do Digital News Report, pesquisa anual que analisa o impacto global da indústria de mídia e traz projeções sobre o consumo de informação e a confiança na imprensa, além de tendências de formatos. 

O estudo se baseou em dados de seis continentes e 46 diferentes mercados. Assim como nas outras versões, a pesquisa traz um recorte específico para o Brasil. Um dos destaques do país foi a queda de 13 pontos no nível de evasão de notícias, impulsionada pelo interesse em conteúdos sobre as eleições nacionais. A grande polarização política, por sua vez, impactou a confiança geral no jornalismo brasileiro, caindo de 48% para 43%. 

O instituto também relembrou dos ataques significativos contra jornalistas durante o período e, em especial, na invasão às sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro. Revelou, ainda, que a mídia brasileira em sua maioria condenou o episódio, utilizando termos como “atos antidemocráticos”, “terroristas”, “vândalos” e “criminosos” para fazer referência aos manifestantes.

O TikTok segue em crescimento como plataforma de promoção de conteúdos jornalísticos entre veículos do país. As assinaturas digitais representaram cerca de sete em cada dez cópias vendidas pelos grandes jornais, como Folha de S.Paulo, Estadão e O Globo, em 2022. Produção do g1, ‘O Assunto’ é o podcast mais popular entre os brasileiros, segundo os pesquisadores.

A Ajor selecionou alguns destaques globais da pesquisa, que podem servir como guias para a tomada de decisões em veículos digitais: 

  • Apenas 22% dos entrevistados afirmaram que começam sua jornada diária de consumo de informações por meio de sites ou aplicativos. A grande maioria das pessoas com menos de 35 anos usa as redes sociais, mecanismos de pesquisa ou agregadores de conteúdos para ler notícias.
  • O público também afirmou prestar mais atenção a celebridades e influenciadores que comentam notícias do que a jornalistas em redes como TikTok e Instagram. No Twitter, a presença dos jornalistas é central para as conversas.
  • Grande parte do público é cético em relação ao uso de algoritmos para a entrega de conteúdos “personalizados”. Menos de um terço diz que “ter histórias selecionadas para mim com base no consumo anterior é uma boa maneira de obter notícias”. A resposta é semelhante em relação à curadoria humana, feita por jornalistas. O que pode estar relacionado com a falta de confiança na imprensa ou o desconhecimento sobre o processo jornalístico.  
  • Alguns mercados apresentaram um crescimento no número de pessoas que passaram a assinar mais de um veículo digital, impulsionados por promoções ou parcerias de produtos ou meios. No Brasil, o número de pessoas que afirmam pagar por notícias online chegou a 20%. 
  • A maioria dos usuários entrevistados diz que ainda prefere ler notícias ao invés de assisti-las ou ouvi-las. O podcast continua crescendo em relevância, principalmente entre os mais jovens, mas segue como uma atividade minoritária em geral. Cerca de 12% dos respondentes escutam pelo menos um programa jornalístico por mês em plataformas de áudio.

Acesse o relatório completo aqui. 

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