Periferia em Movimento lança livro com experiências em educação midiática

Por Ajor set 28, 2022

Desde sua fundação, a organização já promoveu mais de 2,5 mil horas de encontros de aprendizagem sobre mídia, direitos humanos e periferias

O Periferia em Movimento, veículo associado à Ajor, lançou nesta terça-feira (27) o livro “Repórter da Quebrada: Experimentações marginais nas práticas jornalísticas”. Primeira obra da organização, a iniciativa traz percepções sobre projetos de educação midiática desenvolvidos em periferias de São Paulo. 

Produzido com apoio do Programa de Fomento à Cultura da Periferia de São Paulo, a obra tem distribuição gratuita, porém com prioridade para quem atua na educação formal ou não formal. Em breve, o livro estará disponível em versão digital. Para ter acesso, é necessário preencher este formulário de interesse.

O evento de lançamento aconteceu no Espaço Cultural Cazuá, no bairro de Grajaú, Extremo Sul de São Paulo. A verba arrecadada no encontro será revertida para a própria Periferia em Movimento, que recentemente teve parte dos equipamentos de trabalho furtados.

“Contamos com a presença de parcerias de longa data da Periferia em Movimento, muitas delas pessoas que não víamos desde o início da pandemia, além de participantes que não conhecíamos, mas que já acompanhavam nosso trabalho”, afirmou Thiago Borges, gestor de conteúdos da organização. “Mesmo com a chuva incessante, houve quem atravessasse a cidade para participar deste lançamento, que de forma simbólica aconteceu num espaço de cultura negra e periférica, uma casa, na garagem e com as portas abertas para a rua. E o próprio evento ocorreu de forma circular, como um espaço de troca, sem um monopólio da fala. Foi a metodologia aplicada na prática. Pra gente, que tá nesse corre há 13 anos, foi muito importante e emocionante”, completa.

Sobre o livro

No “Repórter da Quebrada”, a produtora independente de jornalismo de quebrada apresenta como a metodologia de educação midiática desenvolvida ao longo dos últimos 13 anos se materializa nos territórios periféricos e favelados e na sociedade como um todo por meio dos conteúdos jornalísticos produzidos e na ação de fontes consultadas, de pessoas e de iniciativas parceiras.

Voltado a educadores formais e não formais, e que podem multiplicar essas práticas, o livro traz depoimentos de 17 pessoas sobre observação apreciativa dos territórios, articulação para representatividade real nas narrativas e a incidência no campo da comunicação. No quarto e último capítulo, há um guia prático de oficina para experimentar a metodologia.

Desde sua fundação, a Periferia em Movimento promoveu mais de 2,5 mil horas de encontros de aprendizagem (entre cursos, oficinas e palestras) sobre mídia, direitos humanos e periferias com mais de 5 mil participantes, especialmente adolescentes estudantes de escolas públicas.

Esses encontros apresentam conceitos e práticas do campo do jornalismo e como isso vai ao encontro da realidade nas periferias, em um processo contínuo de experimentação do fazer jornalístico da Periferia em Movimento que serve como base e ao mesmo tempo é aperfeiçoado nas vivências realizadas com participantes.

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